quinta-feira, 8 de julho de 2010

Os Bons Morrem Jovens - Legião Urbana

Fiquei bastante tempo tentando imaginar o que era possível escrever hoje. Nem sempre é fácil digerir determinadas notícias, e ontem tive a típica situação que ninguém quer viver: uma pessoa querida desencarnou. Meu padrinho, para ser mais exata. E isso corrói por dentro de uma forma inimaginável. Uma vez mais perdi alguém importante de forma idiota. E mesmo sem querer, sua morte engancha na do meu padrasto, na do meu chefão... Sei que existe um processo de luto. Sei que veio o choque, a negação, a culpa. Já tenho consciência disso. Estou alternando entre o ódio e a depressão no momento, mas de certa forma reagindo um pouco melhor do que imaginei que estaria. Ele era uma pessoa doce, muito alegre. A imagem que mais me grita na cabeça foi no dia do churrasco de confraternização dele e seus amigos, que estudaram juntos 35 anos atrás, e onde ele me apresentou me chamando de "afilhadinha"... 'Olha a minha afilhadinha aqui! É, orgulho!'. Soa como mel nas minhas lembranças. Isso me mudou. Naquele dia o vi de forma diferente, e meu carinho só cresceu. Pois é, mais um querido se foi. Sei que muitos ainda irão, mas não quero pensar nisso agora. Só quero tentar continuar de pé, e deixar minha homenagem a ele aqui. Marcos Diniz, obrigada por tudo. Mais que nas lembranças, vai estar no meu coração. Quando virá a aceitação? Não sei. Mas eu sei que uma hora virá, e eu sei quem são as pessoas que realmente estarão ao meu lado para me ajudar a chegar até ela.

É tão estranho

Os bons morrem jovens
Assim parece ser
Quando me lembro de você
Que acabou indo embora
Cedo demais

Quando eu lhe dizia
Me apaixono todo dia
É sempre a pessoa errada
Você sorriu e disse
Eu gosto de você também
Só que você foi embora...
Cedo demais!

Eu continuo aqui
Meu trabalho e meus amigos
E me lembro de você
Em dias assim
Dia de chuva
Dia de sol
E o que sinto não sei dizer...

Vai com os anjos
Vai em paz
Era assim todo dia de tarde
A descoberta da amizade
Até a próxima vez...

É tão estranho
Os bons morrem antes
Me lembro de você
E de tanta gente que se foi
Cedo demais!
E cedo demais...

Eu aprendi a ter
Tudo o que sempre quis
Só não aprendi a perder
E eu que tive um começo feliz...
Do resto não sei dizer

Lembro das tardes que passamos juntos
Não é sempre mais eu sei
Que você está bem agora
Só que neste mundo
O verão acabou.
Cedo demais!

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